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ESTUDOS BIBLICOS

ESTUDOS BIBLICOS

              

 Uma ponderação sobre o adoracionismo de nossas igrejas

  

Numa igreja em que pastoreei um rapaz, de bom nível acadêmico, comentou que “o pastor não gosta de louvor”. Surpreendeu-me que o não tão rapaz, quase quarentão dissesse isso. Segundo o Instituto Paulo Montenegro, apenas 26% dos brasileiros conseguem ler e interpretar um texto. Então, 74% são como o eunuco: não entendem o que lêem. Mas a pessoa tinha até pós-graduação.

Mas este rapaz-senhor é crente e os crentes têm muita facilidade de colocar na boca alheia palavras que não foram ditas. Principalmente quando sem argumentos. Mas não escrevo para criticar os 74%, nem a desonestidade de muitos crentes em sua argumentação. Lembro Baudolino, de Umberto Eco: “(…) em minha viagem percebi quanto os cristãos podem se esfolar uns aos outros por uma simples palavra”. Então, leiam o que estou dizendo, sem torcer e sem colocar palavras em minha boca. Nem me esfolem. Já o fui bastante e ainda não me recuperei de algumas esfoladas.

Eis o que digo: penso que o “adoracionismo” ou o “louvorismo” que grassa em nossas igrejas é uma arma diabólica para deixar os crentes enfurnados, fazendo o que gostam, cantando ingenuidades que não definem biblicamente quem é Deus, o que é igreja, qual a missão dos crentes, ao invés de levá-los ao testemunho. Entendeu? Se não, por favor, releia. Nem sempre sou muito claro, mas estou tentando.

A igreja é a única instituição do mundo que não existe para beneficiar seus membros, e sim beneficiar os não membros. Mas a igreja evangélica brasileira vive mais ensimesmada, olhando para si, fazendo o que lhe agrada, do que testemunhando. O adoracionismo ou o louvorismo tem desviado a igreja de sua missão e levado-a a exibir (por causa dos cânticos banais, sem conteúdo sério) a essência de sua mensagem de maneira aguada. Muito do que cantamos é genérico, não tem a ver com a mensagem cristã, não mostra a necessidade de arrependimento do não crente e de santificação do crente. Arrependimento e santificação são pouco mencionados, e a ênfase é sempre adorar, mostrado como cantar no culto, sob o comando de algumas pessoas. Aquele é o momento do louvor. O resto do culto não importa.

A coisa está tão feia, que o jornal inglês The Guardian falou de um novo tipo de traficantes, no Brasil: traficantes evangélicos. Isso mesmo. Se você faz parte dos 24% que entendem um texto, entendeu este, mas ficou chocado, releia; é isso mesmo. Como isto aconteceu? Como pode haver traficantes evangélicos? Porque não se caracterizou em nossos cânticos e pregações o que é ser um evangélico. Não é cantar na igreja, mas assumir o caráter de Cristo.

Então, entenda bem o que vou dizer: louvor ou adoração não é a razão da nossa conversão. Em Efésios 1.12 (“Com o fim de sermos para o louvor d

 

 

Deus é obrigado a salvar a todos?

Deus julga em equidade, não em soberania. Ele estabeleceu a sua palavra como parâmetro de justiça e a palavra de Deus é perfeita. Deus julga com equidade porque como legislador e juiz se submete à sua palavra “Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” ( Sl 138:2 ).

A idéia deste artigo me veio quando, me debrucei em Amós. Vi semelhanças incríveis entre o Israel do tempo do profeta e a igreja do meu tempo. Havia grande ênfase no culto, mas não havia ênfase alguma em caráter. O povo dissociou a adoração a Deus do caráter do adorador. É a partir daqui que sigo. Transformou adoração em festa, e não em contrição.

Transcrevo Amós 5.18-24: “Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Ele é trevas e não luz. E como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostasse a mão à parede, e o mordesse uma cobra. Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz? não será completa escuridade, sem nenhum resplendor? Aborreço, desprezo as vossas festas, e não me deleito nas vossas assembléias solenes. Ainda que me ofereçais holocaustos, juntamente com as vossas ofertas de cereais, não me agradarei deles; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais cevados. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene”.

A situação social e espiritual do tempo de Amós era trágica. A leitura do seu livro mostra dominação econômica, empresários exploradores, religião de fachada conluiada com o poder dominante, líderes religiosos mais preocupados com sua situação financeira que com a situação espiritual do povo, e uma exaltação do status quo político e religioso, tudo regado com muito louvor.

A religião acobertava tudo, sacralizando o poder político, como fazem os pastores líderes de denominações que apóiam candidatos de acordo com suas conveniências, e não de acordo com princípios. Quando vejo os motivos que levam certos grupos a apoiarem Dilma ou Serra (como apoiaram outros, no passado), penso em Amós. Parece que o pano de fundo da opção política é o mesmo: “Quem me oferece melhores condições?”.

Uma religião corrompida, que sacraliza o pecado, que abençoa o corrupto, que fecha os olhos à injustiça e à roubalheira é a desgraça de um povo. Amós viu isso. Muito inferior a ele, eu também vejo.

Havia um anseio por triunfo. Queriam o dia do Senhor, que, presumiam, seria o domínio de Israel sobre as demais nações. Como o triunfalismo da igreja atual, que pensa em ganho, em ser triunfante, e não em ser militante. Em busca de triunfo (não escatológico, mas terreno), vale tudo. Até apoiar a corrupção, a mentira, fechar os olhos a posições de políticos anticristãos, mas que oferecem possibilidades de ganho. Continua a atitude de trocar votos por tijolos. Agora trocam-se votos por espaço e poder.

Amós disse que o dia do Senhor não seria o triunfo de Israel sobre o mundo, mas o juízo de Deus sobre o povo. Uma igreja que perde sua característica espiritual e se torna apêndice político de pessoas está sob o juízo de Deus, porque perdeu sua razão de ser. Eu era um pastor ainda garoto, de 23 anos, em 1972, quando num retiro de pastores (o primeiro de que participei), um prefeito foi apresentado como “servo de Deus a quem devíamos honra”. No bolso da camisa do “servo de Deus” que foi a um retiro de pastores, destacava-se um maço de cigarros. Mais tarde (naquele tempo corruptos não tinham a cabeça afagada) ele foi cassado por corrupção.

Cantamos vitória, mas não cantamos integridade. Omitimos santidade. Falamos do triunfo sobre os ímpios, mas nos esquecemos que seremos julgados: “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal” (2Co 5.10). Tenho dificuldades com o louvor que não recorda que somos pecadores, que precisamos nos santificar, que seremos julgados. Tenho dificuldades com o louvor triunfalista que fala de vitória constante, e não enfatiza a necessidade de vitória sobre a carne, sobre si mesmo. Pensamos como Israel: adoramos a Deus que, subornado com cânticos, nos dá vitória. Deus quer santidade e não cânticos. Nosso louvor não o muda, mas nossos pecados o levam a indignar-se conosco.

O estado espiritual da igreja (sou igreja desde os 15 anos, e a amo e sirvo) é deplorável. Mentira, calúnia, falcatruas, desonestidades, ódio, fofoca, desestabilização de líderes, grupos dominadores, tudo isso se alastrou. Em quatro décadas como membro de igreja, nunca vi um estado espiritual como o de hoje. A ponto de haver traficantes evangélicos.

A salvação não é pretexto para pecado. Graça não é cartão de crédito para despesas no mercado do mundo. E santidade não é opção, mas um padrão normal para todos os crentes. Não consigo entender adoração que não produza santidade, impacto na vida e desejo de servir. Havia muito louvor no tempo de Amós, mas não havia integridade. Festa, mas não santidade. Quer descrição melhor de nossas igrejas? Temos artistas, mas faltam-nos santos. Saímos da igreja com uma emoção provocada não pelo Espírito, mas pelo dirigente de louvor, com seus gritos e os sermõezinhos chamados de “ministração” (honestamente, nenhum pensante merece isto!). Não saímos batendo no peito, dizendo “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!”, porque não nos descortinam todo o drama da cruz, e apenas nos apresentam momentos de entretenimento. Era assim com Amós. O culto era entretenimento. Mas culto produz o grito de Isaías: “Ai de mim!”. Adoração que mostra o “Deus fada madrinha”, mas não mostra a santidade de Deus como aterradora, deve ser repensada. Nosso grande problema não é falta de louvor, mas de caráter santo. Exatamente como no tempo de Amós.

A expressão “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras” pode ser parafraseada: “Afasta de mim a barulhada dos teus corinhos, porque não ouvirei as melodias da tua bateria e das tuas guitarras”. E a seguir vem o que Deus esperava de Israel e espera de nós: “Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene”. Deus quer justiça social, honestidade na vida, proteção dos necessitados, relacionamentos decentes. Sem isto, o louvor é apenas barulho.

Repito o trecho de Amós 5.21-24: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene”. Deu para entender? Para nós, cantar é o que de mais importante podemos fazer. Para Deus, o maior culto é o existencial, feito com a vida. Sem ele, o culto vocal lhe irrita.

Entendam bem isto, cantores e compositores: não transformem o culto em entretenimento. Deus se indigna com isto. Vocês se colocarão sob juízo por desvirtuarem algo tão sagrado como o culto e por pensarem que Deus é um pascácio (para a moçada de hoje, que Deus é um “mané”). Santifiquem-se, aprumem suas vidas, percam o estrelismo e o artistismo. Antes de serem adoradores (que não é tão relevante assim), sejam servos. Deus se irrita com o barulho do louvor entretenimento, sem santidade. Aliás, muita gente se irrita com o barulho, de qualquer maneira, porque tem ouvidos sadios. Lembrem-se que é falsa a afirmação “Eu canto pra Deus, e não para os homens”. Então vá cantar no banheiro. Mas se você serve (deixemos o neopentecostalês de “ministra”) é servo da igreja, não deve se impor a ela, mas realmente ser servo dela.
Você não quer a ditadura da naftalina, amém? (Pronto, usei um neopentecostês, no hábito de terminar toda pergunta com “amém”). Então, permita-me usar a minha: “Não quero a ditadura do cueiro, amém?”. Ah, sim, “cueiro” não é palavrão. Sua mãe e sua avó sabem do que falo.


Mudemos o foco atual de nossos cultos, tirando-o do entretenimento, do que faz bem a uma faixa etária, e vejamos o culto como um pecúlio de toda a igreja e como algo que deve produzir em nós um impacto espiritual que nos leve a clamar por pureza de vida. Era isso que Deus queria: que o culto fosse transformador da vida, e não ato de exibicionismo manipulador e gratificador de emoções. Não quero ser manipulado nem vou à igreja para ver estrelas ou receber entretenimento. E prezo retidão. Quero ser edificado, e muitas vezes saio frustrado. A artificialidade me deprime.

Eis minha ponderação.

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastor, conferencista e escritor

Li a seguinte premissa que deriva de uma lógica simplista: 'Por salvar a alguns, Deus não é obrigado a salvar a todos', e não pude me abster de tecer um comentário.

Tal premissa foi extraída da seguinte argumentação: "Se a salvação é uma questão de justiça, algo que o homem tem o direito de reivindicar perante Deus, já não é mais graça - favor imerecido. Deus não deve nada a ninguém. Não devemos ficar admirados de Deus não salvar a todos, mas de salvar a alguns..." Rev. Antônio Carlos Costa, pastor da Igreja Presbiteriana da Barra. É ardilosa a lógica desta premissa, pois tem aparência verdade, mas é contrária a equidade de Deus.

O que a bíblia diz?

Deus nada deve a ninguém ( Jó 41:11 ), porém, esta verdade não valida a argumentação acima, visto que em Deus os homens existem, bem como tudo é sustentado por Ele e para Ele ( At 17:28 ; Hb 2:10 ).

Antes mesmo de existir o mundo, Deus se obrigou a conceder vida eterna aos homens, embora nada devesse às suas criaturas "Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos" ( Tt 1:2 ).

Diferente dos homens, Deus é fiel e verdadeiro, pois vela sobre a sua palavra para cumpri-la, ou seja, Deus se obriga a cumprir a sua palavra apesar de sua soberania ( Jr 1:12 ).

Deus anunciou que Abraão teria um filho proveniente de suas entranhas e que a sua descendência seria incontável como as estrelas do céu e, mesmo a esposa de Abraão sendo estéril, ele creu em Deus e isto lhe foi imputado por justiça ( Gn 15:6 ).

Deus não devia nada a Abraão, mas quando prometeu graciosamente conceder-lhe um herdeiro e uma descendência numerosa, Deus se obrigou a cumprir a sua palavra. Abraão nada deu a Deus que merecesse a promessa, porém, a promessa de Deus jamais voltaria atrás ( Rm 11:29 ).

Além de se obrigar a cumprir a sua palavra ( Hb 6:18 ), Deus não faz acepção de pessoas ( Dt 10:17 ).

O apóstolo Pedro quando viu Deus agraciando os gentios com o dom do Espírito chegou a seguinte conclusão: "Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas..." ( At 10:34 ).

Embora ‘Deus não é obrigado a salvar todos’, Ele se obrigou a salvar todos que creem no nome do seu Filho por dois motivos: a) Ele prometeu vida eterna antes dos tempos eternos, e; b) E não faz acepção de pessoas.

Ao ver os gentios sendo agraciados por Deus, o apóstolo Pedro conclui que: “... mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” ( At 10:35 ).

Deus aceitou o gentio Abraão porque creu e isto lhe foi imputado por justiça, do mesmo modo Deus se obriga a aceitar qualquer pessoa, de qualquer nação, que O teme e faz o que é justo como o crente Abraão! Nele não há acepção de pessoas, pois Deus não julga com dois pesos e duas medidas.

Embora Deus não tenha recebido primeiramente nada de ninguém ( Jó 41:11 ), contudo, por não fazer acepção de pessoas, Ele se obrigou a salvar todos os homens que tiverem a mesma fé que Abraão ( Gl 3:9 ). Deus não deve nada a ninguém, porém, qualquer crente como Abraão é bem aventurado, isto porque Deus não é devedor ao homem, mas à sua palavra.

Para ser dom gratuito, necessariamente a salvação tem que ser incondicional? Quem estabeleceu que para ser um dom de Deus necessariamente a salvação teria de ser incondicional? A condição é patente: “Ouvi, e a vossa alma viverá” ( Is 55:3 ); “Olhai para mim e sereis salvos” ( Is 45:22 ), e nessa condição não há mérito algum. Qual o mérito em ouvir? Qual o mérito em olhar? Não é este o objetivo da palavra da fé, que os homens obedeçam a sua palavra? “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” ( At 3:16 ).

O modelo de predestinação que foi proposto na reforma estabelece que Deus escolheu e predestinou alguns homens a serem salvos, o que demandaria Deus velar do homem para salvá-lo, porém, a promessa divina é diferente, pois Deus vela, não do homem, mas da sua palavra para cumprir: “... Eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” ( Jr 1:12 ). 

Deus não decretou salvo quem Ele anteviu, e nem por ser Soberano decretou que alguns homens seriam salvos. Por quê? Porque Deus não faz acepção de pessoas! Para Deus nenhum dos homens é diferente: os gerados segundo a carne de Adão são rejeitados, e os gerados de novo, segundo Cristo, são aceitos.

  • Por não fazer acepção de pessoas Deus deseja que todos se salvem "Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade" ( 1Tm 2:4 );
  • Por não fazer acepção de pessoas Deus amou o mundo "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" ( Jo 3:16 );
  • Por não fazer acepção de pessoas, Deus a todos encerrou debaixo da desobediência de Adão para que Ele pudesse usar de misericórdia com todos através da obediência de Cristo, o último Adão “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes” ( Gl 3:22 ; Rm 11:32 );
  • Por não fazer acepção de pessoas, Deus não faz distinção entre os membros do corpo de Cristo “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” ( Gl 3:28 ).

A base da salvação não é a eleição e nem a predestinação, antes é a palavra de Deus. Desde Abel a salvação se dá por intermédio da palavra que concede vida aos homens ( Dt 8:3 ). Assim como Deus, na velha aliança, disse que o homem viverá da palavra da Sua boca, na nova aliança quem dá vida é o pão vivo que desceu do céu "Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido" ( Rm 9:33 ).

Por salvar Abraão porque creu na sua palavra, Deus se obriga a salvar a todos que tenham a mesma confiança que teve o crente Abraão. Deus é justo, e a salvação é uma questão de justiça proveniente de um direito "E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna" ( Mt 19:29 ).

Qualquer que deixar casa, irmãos, irmãs, pai e mãe tem o direito a vida eterna, e a aplicabilidade universal da promessa é o que se denomina equidade “Por isso, o SENHOR esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o SENHOR é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam” ( Is 30:18 ).

Como Deus é Deus de equidade, somente os que nele esperam são bem-aventurados, ou seja, quem ouve e crê na palavra de Deus “Porque assim diz o Senhor DEUS, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria a vossa força, mas não quisestes” ( Is 30:15 ). Haveria algum mérito por parte do homem em voltar e descansar? Estar sossegado e confiante é meritório? Não! Estar sossegado e descansado é o exercício da confiança na palavra da fé somente.

O erro que a teologia reformada apresenta sobre os temas eleição e predestinação não leva em conta a equidade de Deus, pois fixa, sem critérios, o tratamento que Deus dispensa para com as suas criaturas. Equidade é justiça e igualdade! Deus faz justiça a todos os homens sem distinção alguma.

Deus julga em equidade, não em soberania. Ele estabeleceu a sua palavra como parâmetro de justiça e a palavra de Deus é perfeita.

Deus julga com equidade porque como legislador e juiz se submete à sua palavra “Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” ( Sl 138:2 ).

Não é de se admirar que Deus salva apenas alguns, antes devemos nos admirar pelo fato de Deus possuir todo poder nos céus e na terra e se resignar a desejar que todos os homens se salvem e, sem violar a sua palavra, salvar somente aqueles que creem na sua palavra. Fico admirado de Deus resistir à sua própria vontade, pois não basta Ele querer que todos se salvem, antes é necessário que venham ao conhecimento da verdade para que Ele possa dignificar-se em salvá-los ( 1Tm 2:4 ), porque onde está o Espírito de Deus, ai há liberdade.

Fico admirado também de que Deus tenha providenciado poderosa salvação a todos os homens "Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens" ( Tt 2:11 ) e, apesar de ser oniponte, roga, por intermédio dos seus embaixadores, que os homens se reconciliem com Ele "De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus" ( 2Co 5:20 ).

Deus não é obrigado a salvar a todos, mas se obrigou a salvar os crentes pela loucura da pregação “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação” ( 1Co 1:21 ). É admirável que Deus se obrigue a salvar a todos que n’Ele crê, sem fazer acepção alguma.

Apontar a soberania de Deus para justificar a afirmação de que Deus salva alguns em detrimento de outros, fere a perfeição de Deus pois, apesar de ser soberano:

  • Deus não nega a si mesmo ( 2Tm 2:13 );
  • Deus não pode mentir ( Tg 1:12 );
  • Deus a ninguém oprime ( Jó 37:23);
  • A ninguém tenta ( Tg 1:13 );
  • Deus não aceita suborno ( 2Cr 19:7 );
  • Deus não faz acepção de pessoas ( 2Cr 19:7 );
  • Deus não pode deixar de fazer justiça, e ( Lc 18:7 );
  • Deus não atende pedidos que contrarie a sua natureza ( Ex 32:32 ).

Apesar de ter vontade de salvar todos os homens e ser poderoso para fazê-lo, por ser justo e equânime Deus salvará somente os que O amam "E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos" ( Ex 20:6 ).

Basta aprender o significado de “Misericórdia quero, e não sacrifício” ( Mt 9:13 ), que se compreenderá a palavra que diz: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” ( Ex 33:19 ), pois Deus faz misericórdia aos que tem misericórdia ( Os 6:4 -6).

Por causa da promessa de vida eterna que é anterior aos tempos dos séculos, Deus se obrigou a salvar todos quantos creem ( Tt 1:2 ), pois terá misericórdia dos misericordiosos ( Mt 5:7 ).

Tags: como, deus, palavra, para, nome, pela, julga, louvarei, santo, templo, verdade;
Última atualização ( Seg, 07 de Fevereiro de 2011 20:43 ) a sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo”), “para o louvor da sua glória” não significa cantar corinho no culto. No contexto da carta, é mais amplo e muito maior que isso.

Deus julga em equidade, não em soberania. Ele estabeleceu a sua palavra como parâmetro de justiça e a palavra de Deus é perfeita. Deus julga com equidade porque como legislador e juiz se submete à sua palavra “Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” ( Sl 138:2 ).

Li a seguinte premissa que deriva de uma lógica simplista: 'Por salvar a alguns, Deus não é obrigado a salvar a todos', e não pude me abster de tecer um comentário.

Tal premissa foi extraída da seguinte argumentação: "Se a salvação é uma questão de justiça, algo que o homem tem o direito de reivindicar perante Deus, já não é mais graça - favor imerecido. Deus não deve nada a ninguém. Não devemos ficar admirados de Deus não salvar a todos, mas de salvar a alguns..." Rev. Antônio Carlos Costa, pastor da Igreja Presbiteriana da Barra. É ardilosa a lógica desta premissa, pois tem aparência verdade, mas é contrária a equidade de Deus.

O que a bíblia diz?

Deus nada deve a ninguém ( Jó 41:11 ), porém, esta verdade não valida a argumentação acima, visto que em Deus os homens existem, bem como tudo é sustentado por Ele e para Ele ( At 17:28 ; Hb 2:10 ).

Antes mesmo de existir o mundo, Deus se obrigou a conceder vida eterna aos homens, embora nada devesse às suas criaturas "Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos" ( Tt 1:2 ).

Diferente dos homens, Deus é fiel e verdadeiro, pois vela sobre a sua palavra para cumpri-la, ou seja, Deus se obriga a cumprir a sua palavra apesar de sua soberania ( Jr 1:12 ).

Deus anunciou que Abraão teria um filho proveniente de suas entranhas e que a sua descendência seria incontável como as estrelas do céu e, mesmo a esposa de Abraão sendo estéril, ele creu em Deus e isto lhe foi imputado por justiça ( Gn 15:6 ).

Deus não devia nada a Abraão, mas quando prometeu graciosamente conceder-lhe um herdeiro e uma descendência numerosa, Deus se obrigou a cumprir a sua palavra. Abraão nada deu a Deus que merecesse a promessa, porém, a promessa de Deus jamais voltaria atrás ( Rm 11:29 ).

Além de se obrigar a cumprir a sua palavra ( Hb 6:18 ), Deus não faz acepção de pessoas ( Dt 10:17 ).

O apóstolo Pedro quando viu Deus agraciando os gentios com o dom do Espírito chegou a seguinte conclusão: "Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas..." ( At 10:34 ).

Embora ‘Deus não é obrigado a salvar todos’, Ele se obrigou a salvar todos que creem no nome do seu Filho por dois motivos: a) Ele prometeu vida eterna antes dos tempos eternos, e; b) E não faz acepção de pessoas.

Ao ver os gentios sendo agraciados por Deus, o apóstolo Pedro conclui que: “... mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” ( At 10:35 ).

Deus aceitou o gentio Abraão porque creu e isto lhe foi imputado por justiça, do mesmo modo Deus se obriga a aceitar qualquer pessoa, de qualquer nação, que O teme e faz o que é justo como o crente Abraão! Nele não há acepção de pessoas, pois Deus não julga com dois pesos e duas medidas.

Embora Deus não tenha recebido primeiramente nada de ninguém ( Jó 41:11 ), contudo, por não fazer acepção de pessoas, Ele se obrigou a salvar todos os homens que tiverem a mesma fé que Abraão ( Gl 3:9 ). Deus não deve nada a ninguém, porém, qualquer crente como Abraão é bem aventurado, isto porque Deus não é devedor ao homem, mas à sua palavra.

Para ser dom gratuito, necessariamente a salvação tem que ser incondicional? Quem estabeleceu que para ser um dom de Deus necessariamente a salvação teria de ser incondicional? A condição é patente: “Ouvi, e a vossa alma viverá” ( Is 55:3 ); “Olhai para mim e sereis salvos” ( Is 45:22 ), e nessa condição não há mérito algum. Qual o mérito em ouvir? Qual o mérito em olhar? Não é este o objetivo da palavra da fé, que os homens obedeçam a sua palavra? “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” ( At 3:16 ).

O modelo de predestinação que foi proposto na reforma estabelece que Deus escolheu e predestinou alguns homens a serem salvos, o que demandaria Deus velar do homem para salvá-lo, porém, a promessa divina é diferente, pois Deus vela, não do homem, mas da sua palavra para cumprir: “... Eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” ( Jr 1:12 ). 

Deus não decretou salvo quem Ele anteviu, e nem por ser Soberano decretou que alguns homens seriam salvos. Por quê? Porque Deus não faz acepção de pessoas! Para Deus nenhum dos homens é diferente: os gerados segundo a carne de Adão são rejeitados, e os gerados de novo, segundo Cristo, são aceitos.

  • Por não fazer acepção de pessoas Deus deseja que todos se salvem "Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade" ( 1Tm 2:4 );
  • Por não fazer acepção de pessoas Deus amou o mundo "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" ( Jo 3:16 );
  • Por não fazer acepção de pessoas, Deus a todos encerrou debaixo da desobediência de Adão para que Ele pudesse usar de misericórdia com todos através da obediência de Cristo, o último Adão “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes” ( Gl 3:22 ; Rm 11:32 );
  • Por não fazer acepção de pessoas, Deus não faz distinção entre os membros do corpo de Cristo “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” ( Gl 3:28 ).

A base da salvação não é a eleição e nem a predestinação, antes é a palavra de Deus. Desde Abel a salvação se dá por intermédio da palavra que concede vida aos homens ( Dt 8:3 ). Assim como Deus, na velha aliança, disse que o homem viverá da palavra da Sua boca, na nova aliança quem dá vida é o pão vivo que desceu do céu "Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido" ( Rm 9:33 ).

Por salvar Abraão porque creu na sua palavra, Deus se obriga a salvar a todos que tenham a mesma confiança que teve o crente Abraão. Deus é justo, e a salvação é uma questão de justiça proveniente de um direito "E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna" ( Mt 19:29 ).

Qualquer que deixar casa, irmãos, irmãs, pai e mãe tem o direito a vida eterna, e a aplicabilidade universal da promessa é o que se denomina equidade “Por isso, o SENHOR esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o SENHOR é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que nele esperam” ( Is 30:18 ).

Como Deus é Deus de equidade, somente os que nele esperam são bem-aventurados, ou seja, quem ouve e crê na palavra de Deus “Porque assim diz o Senhor DEUS, o Santo de Israel: Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança estaria a vossa força, mas não quisestes” ( Is 30:15 ). Haveria algum mérito por parte do homem em voltar e descansar? Estar sossegado e confiante é meritório? Não! Estar sossegado e descansado é o exercício da confiança na palavra da fé somente.

O erro que a teologia reformada apresenta sobre os temas eleição e predestinação não leva em conta a equidade de Deus, pois fixa, sem critérios, o tratamento que Deus dispensa para com as suas criaturas. Equidade é justiça e igualdade! Deus faz justiça a todos os homens sem distinção alguma.

Deus julga em equidade, não em soberania. Ele estabeleceu a sua palavra como parâmetro de justiça e a palavra de Deus é perfeita.

Deus julga com equidade porque como legislador e juiz se submete à sua palavra “Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome” ( Sl 138:2 ).

Não é de se admirar que Deus salva apenas alguns, antes devemos nos admirar pelo fato de Deus possuir todo poder nos céus e na terra e se resignar a desejar que todos os homens se salvem e, sem violar a sua palavra, salvar somente aqueles que creem na sua palavra. Fico admirado de Deus resistir à sua própria vontade, pois não basta Ele querer que todos se salvem, antes é necessário que venham ao conhecimento da verdade para que Ele possa dignificar-se em salvá-los ( 1Tm 2:4 ), porque onde está o Espírito de Deus, ai há liberdade.

Fico admirado também de que Deus tenha providenciado poderosa salvação a todos os homens "Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens" ( Tt 2:11 ) e, apesar de ser oniponte, roga, por intermédio dos seus embaixadores, que os homens se reconciliem com Ele "De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus" ( 2Co 5:20 ).

Deus não é obrigado a salvar a todos, mas se obrigou a salvar os crentes pela loucura da pregação “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação” ( 1Co 1:21 ). É admirável que Deus se obrigue a salvar a todos que n’Ele crê, sem fazer acepção alguma.

Apontar a soberania de Deus para justificar a afirmação de que Deus salva alguns em detrimento de outros, fere a perfeição de Deus pois, apesar de ser soberano:

  • Deus não nega a si mesmo ( 2Tm 2:13 );
  • Deus não pode mentir ( Tg 1:12 );
  • Deus a ninguém oprime ( Jó 37:23);
  • A ninguém tenta ( Tg 1:13 );
  • Deus não aceita suborno ( 2Cr 19:7 );
  • Deus não faz acepção de pessoas ( 2Cr 19:7 );
  • Deus não pode deixar de fazer justiça, e ( Lc 18:7 );
  • Deus não atende pedidos que contrarie a sua natureza ( Ex 32:32 ).

Apesar de ter vontade de salvar todos os homens e ser poderoso para fazê-lo, por ser justo e equânime Deus salvará somente os que O amam "E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos" ( Ex 20:6 ).

Basta aprender o significado de “Misericórdia quero, e não sacrifício” ( Mt 9:13 ), que se compreenderá a palavra que diz: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” ( Ex 33:19 ), pois Deus faz misericórdia aos que tem misericórdia ( Os 6:4 -6).

Por causa da promessa de vida eterna que é anterior aos tempos dos séculos, Deus se obrigou a salvar todos quantos creem ( Tt 1:2 ), pois terá misericórdia dos misericordiosos ( Mt 5:7 ).

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Última atualização ( Seg, 07 de Fevereiro de 2011 20:43 )

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